Dra. Josefina Flor
Especialidade em Xulelologia e Duvidose
Nasceu delicadamente
Subtil é o seu som
Ouve tudo o que sente
Seja mau ou seja bom
Gosta de usar vestido
Enfeitá-lo com dourado
O cabelo é colorido
C’um chapéu inusitado
Adora inventar rimas
Algo simples, acessível
Conta tudo às suas primas
Menos o que é impossível
Lava as mãos a cada instante
Por nojo ou segurança
Se o dia foi desgastante
Nunca mostra que se cansa
É bem fina, esta flor
Canta e toca um tambor
P’ra cumprir a esperança
De tocar cada criança
E enganar a sua dor
E enganar a sua dor
Acabou de aqui chegar
Por isso faz confusão
Qual é que há-de usar
Se o palhaço ou o bufão
Nasceu em 1980. Depois de terminar a licenciatura em Direito, mergulhou definitivamente na formação em teatro, dança e clown. Primeiro no CITAC, em Coimbra, e depois na companhia Circolando, no Porto. A música, a ilustração e a escrita foram desenvolvidas em contextos de experimentação autodidacta, a solo ou em interacção com outros artistas. Na Holanda integrou o colectivo musical Gudubik, apoiado pelo Clube Português de Artes e Ideias numa tournée nacional. Em residências artísticas no Instituto Grotowski, alargou a sua ideia e experiência de canto, voz e presença teatral com os mestres Sergey Kovalevich e Natalka Polovynka. Durante dois anos esteve no c.e.m- Centro em Movimento, em Lisboa, onde trabalhou com Sofia Neuparth e Ana Rita Teodoro. Depois disso, começou a criar com a comunidade: Noveloteca, convite de Madalena Victorino para o Festival Todos 2010 (Lisboa); Guia-me, convite da Casa das Brincadeiras para o Manobras 2011 (Porto); teus imaginarius meus, convite do Imaginarius 2012 (Sta Maria da Feira); Viagem pelo desconhecido conhecido de mim e Pé no mar, cabeça na terra, convites do centro cultural de Ílhavo e do Festival Rádio Faneca 2014 (Ílhavo)- são todos eles projectos que reúnem em livros de autor, instalações, visitas guiadas e ateliers de formação, o seu olhar de ilustradora e actriz sobre as Histórias das pessoas. Das suas criações de teatro, destaca os solos CabraCega (2012), apoiado pela companhia Circolando e pela DGArtes (Apoio à Internacionalização das Artes 2012 e 2013); e Dama Pé de Mim (2016), encomenda do Projecto Pedagógico das Comédias do Minho, que marca o início do seu percurso pelo teatro/dança para a infância. Neste território, trabalhou também com Ana Borges e Helen Ainsworth (Quando for amanhã de manhã…, 2017, e Abel e Amália, 2019), TEP-Teatro Experimental do Porto (Manda os teus pais passear, 2019) e Márcia Lança (Dentro do Coração, 2019). Com Vahan Kerovpyan, músico e ilustrador parisiense, criou Lav Lur, um dueto musical-teatral convidado pelo Instituto Grotowski para os festivais Bonds of Culture 2015, Sczeczin, e Theatre Olympics 2016, Wroclaw, Polónia. Foi membro do Clown Laboratori Porto, plataforma de formação e experimentação na arte do palhaço, onde trabalhou com Pedro Fabião. Na sua prática artística e pedagógica, procura o corpo aberto, capaz de escutar e agir a partir do instinto e do momento presente.