Ao longo da minha vida profissional, passei pelo setor bancário, por startups e por experiências internacionais que me ensinaram o valor da adaptação e da inovação. Há quatro anos, escolhi direcionar o meu percurso para o 3º setor e hoje integro a equipa de comunicação da Operação Nariz Vermelho, onde sou responsável pelas áreas de E-commerce e Eventos.
Desde então, tenho confirmado diariamente que o sucesso de qualquer organização, seja empresarial ou social, assenta no equilíbrio entre estratégia, inovação e pessoas. No 3º setor, esta equação é ainda mais desafiante: equipas pequenas, recursos limitados e responsabilidades cada vez maiores tornam urgente encontrar soluções que promovam a eficácia sem comprometer a missão.
Segundo a Comissão Europeia, em 2020, existiam em Portugal 73.851 entidades da economia social, das quais 96% eram associações com fins altruísticos e entidades abrangidas pelos subsetores comunitário e autogestionário. É neste universo que a Operação Nariz Vermelho (ONV) atua há 23 anos, levando alegria, através da arte dos Doutores Palhaços, às crianças hospitalizadas, às suas famílias e aos profissionais dos hospitais. Atualmente, a ONV está presente em 21 hospitais, de norte a sul do país, e conta com 37 artistas profissionais e uma equipa de backoffice dedicada.
O estudo da UCP “Diagnóstico das ONG em Portugal 2015-2024”, encomendado pela Fundação Calouste Gulbenkian, mostra que, nos dias de hoje, apesar da redução de voluntários, as ONG prestam mais serviços e apoiam mais pessoas. Esta realidade exige do 3º setor equipas cada vez mais profissionais, qualificadas e sustentáveis, que contribuam para a economia social, garantido a excelência na entrega dos serviços e que consigam gerir meticulosamente orçamentos que, na maior parte das vezes, são escassos para as necessidades existentes.
É aqui que a automação e a inteligência artificial deixam de ser um luxo e passam a ser uma necessidade. Grande parte do trabalho administrativo e de análise que também existe neste sector envolve tarefas repetitivas que consomem tempo, foco e energia. Daí a automação dos processos ser tão importante. Automatizar significa otimizar operações, aumentar a produtividade e libertar as equipas para aquilo que realmente importa: criar impacto humano.
A automação não substitui pessoas. Pelo contrário: devolve-lhes espaço para funções criativas, estratégicas e transformadoras. Não por acaso, estudos já mostram que a maioria das pequenas e médias empresas utiliza estas ferramentas para reduzir custos e ganhar eficiência. O 3º setor não pode ficar de fora desta mudança e é muito importante a noção de que esta necessidade exige igualmente a capacidade de reskilling e upskilling para todos os profissionais e voluntários que trabalham no setor.
Na Operação Nariz Vermelho já iniciámos este caminho. Com o apoio da Lean – Consultores, desenvolvemos automações à medida que nos permitem reduzir custos e aumentar a eficácia do trabalho diário, garantindo que a equipa possa dedicar o seu tempo e atenção àquilo que realmente importa e que tantas vezes fica, erradamente, para depois.
Obrigada, Lean, por nos ajudarem a fazer mais e melhor, todos os dias!
Sara Ferrão
E-commerce e Eventos